Na transmissão, o ClickPB percebeu que os criminosos ficam intercalando os vencedores, com a chegada de supostos novos depósitos. A ação serviria para aumentar cada vez mais os valores em dinheiro enviados pelas vítimas.
Também foi notada a utilização de um cronometro para marcar o tempo da validade de cada leilão. Em cada tempo de jogo, o ClickPB conseguiu verificar pelo menos oito intervenções dos criminosos ofertando o leilão de dinheiro.
Para incentivar a participação das vítimas, o grupo afirmava que os internautas que não fossem vencedores iriam receber reembolso em dobro do dinheiro enviado.
Além disso, o ClickPB percebeu que mesmo após o fim da semifinal, os criminosos ainda lançaram outro leilão. Nele, os internautas foram incentivados a enviar mais valores. Os primeiros a conseguirem fazer a transferência via pix eram ganhadores de valores entre R$ 300 e R$ 500.
Como forma de tentar dar credibilidade ao golpe, os criminosos usam logomarcas de empresas famosas. O fato tentava atrelar os supostos pagamentos a essas empresas. Entre as empresas identificadas pelo ClickPB estão o Mercado Livre, a Amazon e o Mercado Pago.
O ClickPB tentou falar com as empresas para saber delas um posicionamento sobre o uso indevido das marcas. No entanto, o ClickPB não conseguiu contato com elas até a publicação desta matéria.
Delegado faz alerta para golpe do "leilão de dinheiro"
Ao ClickPB, o delegado João Ricardo, da Delegacia de Crimes Cibernéticos alertou sobre o golpe. Segundo ele, os criminosos estão cometendo estelionato contra os internautas.
Ainda segundo o delegado, as vítimas devem agir rápido assim que perceberem ter caído no golpe. Além disso, é imprescindível a coleta de provas.
"O [uso] do pix deve ter relação com o crime de estelionato. A utilização da marca seria para dar credibilidade ao golpe. As vítimas devem nos procurar para iniciarmos as investigações. O ideal é salvar a url do site no momento do golpe e também prints", afirmou o delegado ao ClickPB.
O Código Penal Brasileiro identifica o estelionato quando o criminoso atenta contra o patrimônio de outra pessoa. O ato consiste em enganar alguém para obter vantagens para si mesmo, causando um prejuízo alheio. A prática de estelionato é punida com pena variando de um a cinco anos de reclusão, além do pagamento de multa.
No entanto, o delegado João Ricardo enfatizou ao ClickPB que a investigação contra esses crimes ocorre a partir da denúncia das vítimas.