MinistĂ©rios PĂșblicos da ParaĂ­ba recomendam que gestores não utilizem dinheiro pĂșblico para promover festas de final de ano e carnaval

Não acatamento poderĂĄ implicar na adoção de providĂȘncias administrativas e judiciais cabĂ­veis.

Por portalvirgulaparaiba.com em 05/12/2021 às 23:31:23

O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público de Contas (MPC-PB) assinaram recomendação conjunta para que o governador do estado e prefeitos dos 223 municípios não utilizem dinheiro público para promover festas de final de ano e de carnaval. Para os Ministérios Públicos, o gasto é incompatível com o estado de calamidade pública decretado em razão da pandemia de covid-19, nos termos do Decreto Estadual nÂș41.806/21.

A recomendação abrange a abstenção de execução de gasto público direto ou indireto (como a concessão de ajuda, auxílio ou transferĂȘncia de recursos públicos) para promover, no todo ou em parte, mesmo que indiretamente, festividades de final de ano, prévias carnavalescas, carnavais e shows em ambientes abertos ou fechados. Ainda de acordo com o documento, deve-se considerar como promoção indireta o custeio, inclusive sob a forma de patrocínio, de propaganda ou publicidade de quaisquer eventos durante o estado de calamidade pública.

Variante Ômicron – Entre outros aspectos, os Ministérios Públicos consideraram, para emitir a recomendação, o surgimento da nova variante denominada Ômicron, classificada como "variante de preocupação" pela Organização Mundial de Saúde (OMS), podendo gerar aumento da transmissibilidade ou alteração prejudicial na epidemiologia da covid-19, aumento da virulĂȘncia ou mudança na apresentação clínica da doença, e/ou diminuição da eficĂĄcia das medidas sociais e de saúde pública ou diagnósticos, vacinas e terapias disponíveis.

Os MPs ressaltam que a OMS lançou alerta para a situação preocupante na Europa, que poderĂĄ perder mais de meio milhão de vidas até fevereiro de 2026, e consideram também que não é possível excluir a possibilidade da pandemia recrudescer no Brasil, nos próximos meses e durante o ano de 2022, ocasionando aumento de casos e óbitos, semelhantemente ao que acontece em outros países.

Mais alerta – De acordo com o Observatório de Síndromes Respiratórias do Departamento de Estatística da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) http://shiny.de.ufpb.br/, as previsões relacionadas aos novos casos de covid-19 no estado fornecem evidĂȘncia de estabilidade para os próximos 30 dias. Segundo o coordenador do observatório, Hemílio CoĂȘlho, no entanto, é importante manter a atenção, pois a curva com as projeções ficou praticamente na horizontal (antes apontava estabilidade com a curva de previsões em queda). "Isso pode ser um alerta para uma retomada da subida de casos. Juntando isso tudo com o risco epidĂȘmico que o estado apresenta, é importante manter todas as estratégias de vigilância jĂĄ adotadas", declarou o professor.

Outro ponto importante a se destacar, conforme Hemílio CoĂȘlho, é a forte interiorização de casos de covid-19. Segundo ele, hĂĄ municípios em que houve retomada de novos casos muito rĂĄpido. "Essa questão estĂĄ relacionada aos indicadores de transmissão dos municípios. Em diversos municípios do interior, os dados revelam que os indicadores de transmissão subiram, ou seja, a transmissão comunitĂĄria se encontra em aumento", acrescentou o estudioso, que finalizou informando que o observatório faz avaliações semanais e que o indicador sempre é um reflexo do que ocorreu nos últimos 14 dias.

ProvidĂȘncias administrativas e judiciais - Os gestores tĂȘm cinco dias para informar ao Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), o acatamento ou não da recomendação conjunta expedida. O não acatamento poderĂĄ implicar na adoção de providĂȘncias administrativas e judiciais cabíveis. Os MPs enfatizam, por fim, que a recomendação tem natureza preventiva e corretiva, na medida em que seu escopo é o cumprimento da legislação vigente no contexto da pandemia.

Fonte: Clickpb

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