Crise hídrica e colapso de abastecimento modifica rotina da população no Brejo da Paraíba

Por portalvirgulaparaiba.com em 04/10/2021 às 09:38:18

Por conta da falta de chuvas no Brejo paraibano, a barragem Canafístula II, em Borborema, que abastece municípios da região como Solânea e Bananeiras, entrou em colapso e não tem mais capacidade para abastecer a região com água nas torneiras. Segundo a Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Bananeiras, Solânea, Cacimba de Dentro, Araruna, Riachão, Damião, Tacima e Dona Inês estão sem fornecimento de água pelas torneiras por tempo indeterminado.

Com o colapso no abastecimento na região, diversos problemas foram acarretados por conta da falta d"água. Moradores de Solânea e Bananeiras, as cidades mais afetadas com o colapso, precisam se deslocar de suas casas para conseguir água ou até mesmo recorrer à compra d"água por meio de vendedores em carros pipa.

A barragem Canafístula II tem capacidade para 4.102.626,00 m³ de armazenamento de água em seu reservatório, mas, atualmente, só tem 1,45% armazenado, o que equivale a 59,650 m³, de acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).

Nos últimos sete anos, a barragem apresentou média abaixo de 30% da capacidade total (apenas em junho de 2018, a barragem apresentou capacidade acima dos 30%, tendo atingido 32,43% da capacidade total na ocasião), e a partir de julho de 2020, quando o reservatório apresentava 29,98% de sua capacidade total, apresentou queda livre no seu armazenamento até o colapso, em setembro de 2021.

Uma das causas do colapso da barragem de Canafístula II foi a falta de chuvas na região, que não supriram a demanda para evitar a exponencial queda da capacidade do reservatório, uma vez que ele não conta com afluentes de recarga significativa. De acordo com Marle Bandeira, meteorologista da Aesa, as condições oceânicas não foram favoráveis para a ocorrência de chuvas na região do Brejo paraibano, o que dificultou a manutenção de volumes hídricos no reservatório.

"As condições oceânicas e atmosféricas não estavam favoráveis, principalmente as condições do oceano Atlântico. Nos últimos anos e meses as condições não estavam favoráveis para a ocorrência de chuvas abundantes nesta região", disse Marle.

A meteorologista relatou que o Brejo atravessa por um período de estiagem natural nesta época do ano e que as chuvas na região são mais significativas entre os meses de inverno, mas a precipitação está abaixo da média nos últimos anos.

"As chuvas que ocorreram ultimamente não foram suficientes para ter uma recarga significativa [do reservatório] na região do Brejo. As chuvas foram abaixo da média. O período mais chuvoso para a região é entre abril e julho, e para os próximos três meses é o período normal de estiagem, é uma estiagem natural que faz parte da região", concluiu a meteorologista.

Veja a matéria completa no G1 PB.

Fonte: G1PB

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