Jogadores do Campinense protestam contra atrasos nos salários e decidem não treinar; clube trata paralisação como "ilegal e abusiva"

Por Portalvirgulaparaiba.com em 13/02/2024 às 15:05:31

Os jogadores do Campinense decidiram não treinar nesta semana e ameaçam, inclusive, não enfrentar o Sousa no próximo sábado (17), pelo Campeonato Paraibano Unipê 2024, se a diretoria não quitar os salários que, segundo o elenco, estão atrasados há um mês. A diretoria, por sua vez, informou que o atraso é de apenas três dias, já que, segundo a assessoria de imprensa do clube, os vencimentos deveriam ter sido pagos no último sábado (10).

Estádio Renatão, onde o elenco do Campinense deveria ter treinado na segunda-feira — Foto: Divulgação
Estádio Renatão, onde o elenco do Campinense deveria ter treinado na segunda-feira — Foto: Divulgação

Depois de empatar com o Serra Branca na última sexta-feira (9), pela quarta rodada do estadual, o elenco rubro-negro ganhou dois dias de folga e voltaria aos trabalhos na segunda-feira (12), no Renatão. Os jogadores até foram à sede do clube, mas se recusaram a treinar. De acordo a apuração do ge, os atletas alegam não apenas o atraso do salário do último mês, mas também certa irregularidade nos pagamentos anteriores, tratando-se, segundo eles, de um problema recorrente.

Segundo alguns jogadores, apenas uma vez o salário foi pago em dia desde que o clube iniciou a pré-temporada. Eles também protestam contra o atraso no pagamento dos funcionários, que, de acordo com o grupo, estão há dois meses sem receber.

No Renatão, as movimentações vistas na segunda-feira foram apenas alguns jogadores correndo no campo e outros concendendo entrevista coletiva, como foi o caso do zagueiro Eduardo.

E o protesto dos atletas pode ir além, não se limitando a paralisar os treinos. Há uma ameaça do elenco de não viajar para o Sertão no fim de semana, onde o Campinense tem jogo contra o Sousa, marcado para as 16h30 do próximo sábado (17), pela quinta rodada do Campeonato Paraibano.

Presidente se pronuncia

Um dia depois de os jogadores do Campinense decidirem não treinar, como forma de protesto contra os atrasos de salários — que, segundo eles, são recorrentes —, o presidente do clube, Lênin Correia, decidiu se posicionar sobre o assunto. Em nome da diretoria da Raposa, o dirigente tratou a paralisação do elenco como "ilegal e abusiva", dizendo ser "fundamentada sob pretextos pessoais".

"A paralisação foi iniciada de forma totalmente ILEGAL E ABUSIVA, enquanto a comissão técnica e alguns jogadores do elenco preparavam-se para dar início aos treinamentos da semana visando o próximo confronto contra a equipe do Sousa".

— Lênin Correia.
Lênin Correia, presidente do Campinense — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco
Lênin Correia, presidente do Campinense — Foto: Reprodução / TV Cabo Branco

Lênin está em Salvador e não estava presente ao Estádio Renatão, onde o elenco rubro-negro voltaria aos trabalhos na segunda-feira (12), após dois dias de folga. Os jogadores até compareceram ao centro de treinamento do clube, mas não treinaram, alegando que só retomariam as atividades quando os salários fossem quitados. Além disso, eles reclamam que atrasos têm sido recorrentes, mês a mês, e que há funcionários que não recebem pagamento há dois meses.

— Não havia o que se falar em atraso salarial. Como é de conhecimento público, o clube passa por um momento financeiro complicado, sem calendário e sem cotas de participação em competições nacionais e regionais — começou Lênin, no comunicado, para emendar uma proposta de solução do problema:

— A expectativa é que nos próximos dias esse cenário venha a ser melhorado com a chegada de recursos advindos do MECANISMO DE SOLIDARIEDADE DA FIFA, TIMEMANIA, PATROCÍNIOS e RENDAS dos jogos em que seremos mandantes — completou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Campinense confirmou que a programação da semana está mantida. Há um treino marcado para as 15h30 desta terça-feira (13), na Toca da Raposa, agenda a ser repetida na quarta-feira e na quinta-feira. Na sexta-feira, a atividade está programada para acontecer pela manhã, já que, à tarde, está prevista a viagem para Sousa. Resta saber como ficará a negociação entre a diretoria e os jogadores para resolver o problema.

Confira o posicionamento do Campinense:

COMUNICADO OFICIAL.

Na tarde desta segunda-feira (12), o elenco do Campinense Clube se reapresentou para iniciar os trabalhos visando nosso próximo confronto no Campeonato Paraibano 2024. Para nossa surpresa, os atletas decidiram não realizar nenhuma atividade em campo sobre o pretexto de atraso salarial.

Vale salientar que a folha de pagamento vence no dia 10 de cada mês e até o último sábado(10) não havia o que se falar em atraso salarial. Como é de conhecimento público, o clube passa por um momento financeiro complicado, sem calendario e sem cotas de participação em competições nacionais e regionais, porém, a expectativa é que nos próximos dias esse cenário venha a ser melhorado com a chegada de recursos advindos do MECANISMO DE SOLIDARIEDADE DA FIFA, TIMEMANIA, PATROCÍNIOS e RENDAS dos jogos em que seremos mandantes.

Reconhecemos o direito constitucional a grave desde que a mesma seja exercida de forma embasada. Entretanto, em um cenário de dificuldades e com a realidade árdua que vivem diversos clubes do futebol brasileiro, dois dias de atraso em meio a um feriado prolongado não são justificáveis para realização de uma greve. Por esse motivo, a diretoria repudia veementemente, a decisão tomada pelos atletas, fundamentada sob pretextos pessoais e que ferem os princípios e os valores da instituição.

A paralisação foi iniciada de forma totalmente ILEGAL E ABUSIVA, enquanto a comissão técnica e alguns jogadores do elenco preparavam-se para dar início aos treinamentos da semana visando o próximo confronto contra a equipe do Sousa.

O Campinense é um clube centenário e não permite o desrespeito a instituição e as hierarquias estabelecidas. Desta forma, o cronograma semanal do clube seguirá normalmente, cabendo a todos seguir as determinações da comissão e o regimento interno do clube.

ATT.

Fonte: ge PB

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